Quando ouvir a opinião dos outros sobre sua vida e seu tratamento?

Opinion

Olá comunidade Diva!!👑Saúde tem muito a ver com as escolhas que fazemos não é mesmo? E eu acredito que tem muito a ver por exemplo com a escolha sobre em que momento é relevante e saudável deixar a opinião dos outros nos influenciar ou não. Então? Vamos falar sobre isso? 

Ouvir opiniões é algo corriqueiro e até mesmo necessário em nossas vidas. Afinal,  vivemos em sociedade, em família, enfim, estamos inseridos num contexto maior do que nós mesmos, e existe uma grande sabedoria em pedir e ouvir a opinião de outras pessoas (em especial as que nos amam e nos querem bem), mas existe um momento que precisamos definir um limite e decidir se aquela opinião se adequa lá dentro com o que estamos sentindo e o que realmente queremos.

Tem um momento na vida que precisamos calar as vozes lá fora para ouvirmos nossa voz aqui dentro, e isso também tem a ver com o diabetes. Ao longo da nossa vida com a condição surgem inúmeras dúvidas ou questionamentos, por exemplo “É momento de mudar de médico?” “Devo ou não tentar um novo tratamento?” “Estou preparada ou preciso de mais tempo?” “O que deu certo para o outro, será que também é o melhor para mim?” “Devo falar que tenho diabetes logo no primeiro encontro ou esperar?”, e podemos até ouvir outras opiniões mas quem realmente precisa decidir e avaliar somos nós.

Esses são questionamentos legítimos em relação a condição, o tratamento e  vida de cada pessoa, e as experiências e pontos de vista dos outros podem de fato nos ajudar, mas em algum momento nós que precisamos nos ouvir.

Existem também aquelas outras decisões que apesar de não terem relação direta com a condição, podem sim afetar e muito nossa qualidade de vida. Como por exemplo:  Ficar ou sair do relacionamento, mudar de casa, de emprego, de país…. ou até questões bastante triviais do dia a dia. Enfim, todas permeiam a vida e ouvir outras opiniões é saudável sim, porém sem anular a nossa própria opinião.

Muitas vezes estamos tão viciados que nos digam como agir que nos perdemos de nós mesmos e de nossas vontades. Quando alguém se relaciona com a gente, isso dá a liberdade dessa pessoa entrar em nossas vidas sim, mas isso só até onde a gente permite.

Assim, ouvir opiniões não significa acatá-las, significa acolher (ao invés de imediatamente rejeitar), e refletir: “Isso realmente faz sentido para mim?”

Existe um espaço sagrado dentro de você que é quem você é, é a sua essência, e que precisa ser respeitado e jamais violado; e é nesse lugar em você mesmo que suas melhores decisões são tomadas e para isso é preciso acreditar.

O verdadeiro bem estar começa aí, quando podemos ouvir opiniões sem nos aprisionar, tomando nossas próprias decisões, ouvindo a nossa verdade; e assim nos responsabilizando pelos resultados, sejam eles quais forem, e lidando com eles sabendo que “certa” ou “errada” a decisão foi nossa, e que podemos então a partir da experiência colher os frutos, através da conquista ou do aprendizado.

Fabiana Couto, Psicanalista e Coach, Fundadora do Movimento Divabética

Páscoa e o Diabetes

mídia correta PáscoaComo podemos conciliar a páscoa e o diabetes? Existe uma forma de degustar um chocolate e aproveitar a páscoa sem perder de vista o gerenciamento da glicemia? 

Hoje convidamos uma pessoa muito especial para falar com vocês sobre a Páscoa e as melhores opções para quem tem diabetes.

A nossa convidada é a Luiza Scancetti que é Nutricionista, Especialista em Nutrição da criança e do adolescente pela UFRJ, escreveu um texto super simples e prático que desmitifica a Páscoa e o diabetes. Esperamos que ele possa te ajudar a fazer escolhas melhores e curtir muito sua páscoa com a família!

“Chegando a época da Páscoa e todo mundo se depara com os corredores das lojas e supermercados repletos de ovos e barras de chocolates. Existem diversos tamanhos, sabores e combinações.

Para quem possui diabetes, parece um martírio lidar com essa época. Todos os parentes ficam com medo de comprar ou oferecer chocolates e alguns pais chegam a esconder dos filhos por medo do descontrole glicêmico. Muitos recorrem ao chocolate diet como única salvação! Contudo, se ficarmos atentos e fizermos uma comparação, percebemos que o DIET realmente não tem açúcar adicionado, mas para manter a consistência e o sabor, recebe mais gorduras!

Aí, a gente sempre se pergunta: “Será que a troca é justa?”; “Será que o chocolate diet é ZERO carboidrato?”. A resposta para as duas perguntas é NÃO! O que normalmente acontece é que, por ser diet, consideramos que podemos comer à vontade. O que não é verdade! E se eu consumo mais gordura, talvez a troca não seja a mais acertada. Outro ponto importante é avaliar que o chocolate é feito com leite, que por si só, possui carboidratos. Logo, mesmo sendo diet, ele contém carboidrato. Quando falamos que o produto é DIET é porque ele NÃO teve ADIÇÃO de açúcares.

Então, a melhor coisa que podemos fazer é comprar os chocolates tradicionais e consumir nas quantidades e nos momentos mais apropriados. Para quem realiza a contagem de carboidratos, sempre explico que, em 25 gramas de chocolate, temos mais ou menos 15g de carboidratos. Isso é equivalente a 4 a 5 quadradinhos do chocolate em barra. Com relação aos ovos, existem diversos tamanhos, sendo importante questionar em sua consulta como dividir esses pedaços ao longo do dia.

Com relação às versões de chocolate, claro que prefiro as que possuem mais cacau e, se possível, com oleaginosas (castanhas, amendoim, nozes), por trazer maiores benefícios ao nosso organismo e por possuírem teor de açúcar e gordura um pouco menor.

Vale ressaltar que as versões de ovos trufados, de colher ou “gourmetizados” acabam por agregar maior conteúdo de carboidratos, logo, olhem a informação nutricional do produto. Caso não tenha, entre em contato com o responsável pela fabricação para ter acesso a alguma informação do produto e assim poder se deliciar com mais tranquilidade.

Não deixe de solicitar a ajuda de um profissional experiente na área para que possa te orientar sem terrorismos! Feliz Páscoa!”

Luisa Nutri

Texto por Luiza Scancetti, Instagram: @scancettinutri
Facebook: @Luiza Scancetti – Nutricionista

Oscilações glicêmicas e de humor – Qual a relação e como tratar

irritabilidade

As pessoas que convivem com o diabetes e aqueles que fazem parte de sua rede de apoio e de relacionamento sabem bem o quanto o gerenciamento da condição pode (literalmente e de forma figurada também) afetar os nervos da pessoa que tem a doença.

A relação entre o diabetes, oscilações glicêmicas e a carga relacionada ao dia a dia com a condição estão sendo cada vez mais comprovadas pela ciência e com isso estamos aprendendo a cada vez mais nos cuidarmos de forma integral; mas para quem tem essa condição como parte da própria vida, não é nem preciso comprovar cientificamente o impacto negativo que as hiper e hipoglicemias causam no humor.

Além das oscilações glicêmicas que são danosas tanto à saúde física quanto ao nosso bem estar emocional, a demanda constante de cuidados (24 horas por dia e 7 dias por semana) também nos afeta e muito. Por isso, é preciso se conhecer, se perceber e saber gerenciar suas necessidades de autocuidado, o que pode incluir tanto a  proximidade, como um pedido de ajuda às pessoas de sua convivência, quanto de afastamento, por exemplo em momentos de muita irritabilidade nos quais precisamos nos autorregular para depois interagirmos com as pessoas ao nosso redor, e então dessa forma, podermos manter bons relacionamentos, sem perdermos a linha para depois nos arrependermos (nem culparmos o diabetes – afinal não adianta terceirizarmos a nossa responsabilidade).

Ao mesmo tempo, também é importante ter um diálogo aberto com aqueles que participam do seu dia a dia, e comunicar que caso notem uma irritabilidade fora de contexto, um incômodo ou alteração de humor, que essa pessoa entenda a origem do seu comportamento e não o leve de forma pessoal. Podendo te ajudar a melhorar a glicemia e/ou dando um tempo necessário de recuperação e normalização da mesma.

Esses cuidados ajudam e muito em relação a situações mais pontuais e momentâneas, evitando desentendimentos que poderão trazer mais estresse e inclusive mais dificuldade no gerenciamento da condição;

Porém, pode ser que exista uma dificuldade mais persistente no gerenciamento da condição, ou seja, quando a pessoa já chegou num nível de esgotamento muito grande em relação ao dia a dia e a rotina do diabetes, o que em inglês chama-se “diabetes distress” ou “diabetes burnout”

Nessas situações é fundamental que a pessoa e seus “cuidadores”, busquem auxílio profissional, como um acompanhamento médico mais frequente a fim de gerenciar melhor a glicemia e evitar as constantes oscilações, a terapia, seja ela individual ou em grupo, para que a pessoa retome o ânimo em se cuidar e consiga vencer o esgotamento; além outras medidas protetivas, para que a pessoa se restabeleça mais rapidamente e volte ao seu estado emocional mais saudável, como a prática da atividade física e a participação de eventos e encontros de pessoas com diabetes, já que esse contato com “pares” é extremamente sudável e positivo.

O autoconhecimento nos liberta, por isso, observe se tem tido alterações glicêmicas e / ou de humor frequentes e busque ajuda. Você não precisa viver nessa angústia e desgaste pois um melhor gerenciamento da sua condição e do seu emocional é algo possível e que você merece.

Fabiana Couto

Fundadora do Movimento Divabética,

Coach, Piscanalista e DM1 há mais de 25 anos

 

 

 

Família, superproteção ou distanciamento? Qual a medida “certa”?

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Esse tema levanta muitas hipóteses e dúvidas para a família a respeito de se estão fazendo o certo ou não, se estão agindo da maneira mais adequada ou não.

Afinal, quando somos diagnosticados com diabetes a família inteira é afetada com a condição e não recebemos um manual de instruções sobre como lidar com isso. E assim, a gente vai aprendendo com os erros e acertos; mas existem algumas perspectivas que podem ajudar e quero compartilhá-las com vocês. Perspectivas essas que adquiri não apenas através da minha experiência com o diabetes, mas também trabalhando com outras pessoas e famílias que tem a condição, estudando, participando de cursos, simpósios, congressos e uma infinidade de oportunidades de conhecimento e aprendizado que quero cada vez mais compartilhar por aqui!

Em relação ao nosso tema da família, quero dizer que o extremo é uma zona de perigo e como a gente já sabe, nada que é demais faz bem. Muitas vezes nós nos deparamos com famílias que são protetoras a um nível extremo (entendo a insegurança de que algo mais sério possa acontecer, e por isso muitas vezes os responsáveis acabam puxando toda a responsabilidade para si), mas quero mostrar o outro lado, pois esse comportamento de extremo cuidado pode acabar incapacitando a pessoa que tem a condição, ou seja, é como se ela “transferisse” suas responsabilidades, pois sempre tem alguém que faça por ela. Isso é muito ruim devido ao fato de acabar incapacitando a pessoa não só em relação ao diabetes mas também para a vida de forma geral.

Temos também o oposto, que é caso da família que é alheia, que não conhece ou conhece muito pouco sobre o diabetes, não participa nem busca informações para que possa entender melhor como ajudar o ente querido e acaba não apoiando no tratamento. Isso muitas vezes pode vir como uma defesa, ou seja, uma forma de negar o Diabetes da pessoa e não entrar em contato direto com a situação por ser algo doloroso muitas vezes, mas esse comportamento também ocasiona grandes problemas, já que a pessoa que tem a condição, apesar de deter a responsabilidade central em relação a situação, é muito importante que ela se sinta segura através do acolhimento da família, e que ela tenha dentro do seu âmbito familiar entendimento e educação.
Muitos estudos mostram que a família é fundamental para o sucesso do tratamento porém cada um precisa estar no seu lugar e abraçar seu papel, sem ir além nem aquém do que é preciso.
Por isso, o mais importante é o “caminho do meio”, o caminho do equilibro, que faz com que a pessoa que possui a condição acabe adquirindo uma autonomia maior ao longo do tempo, tendo como base o apoio familiar.
Para isso, é necessário estar sempre atento aos comportamentos como pegar coisas para fazer, que a pessoa que tem o diabetes já tem capacidade para fazer sozinha e também por outro lado, estar atento se a pessoa que possui a condição está tendo o apoio necessário dentro e fora de casa.

Ou seja, é importante refletir na hora de ajudar, e ao invés de fazer as coisas pela pessoa, ser um apoio, ou um facilitador do processo. Isso garante a autonomia e independência e ao mesmo tempo a confiança e sentimento de acolhimento que ela precisa para seguir adiante.

Novembro Azul: Afinal, por que ir a eventos sobre diabetes?

DIVAS
Evento Divabética Fashion show 2017, 1a edição SP

Fui diagnosticada com diabetes tipo 1 aos 13 anos de idade. Isso foi em 1993 e lá atrás não tínhamos muitas oportunidades de conhecer outras pessoas com diabetes, e por outro lado, isso também não era algo tão “comum” como nos dias de hoje.

Então o que fazíamos era seguir nossas vidas pós diagnóstico, nós e nossas famílias, acreditando que ninguém mais vivia ou sentia o que estávamos sentindo.

Muitas vezes nos achando uns “ET´s” sem muito parâmetro se nossas vivências faziam parte de um processo “normal” de aceitação do diagnóstico ou se havia algo de errado com a gente por não conseguir um bom resultado, por as vezes sentir raiva, ou medo e  tudo isso ficava ali dentro de nós pois não havia oportunidades de falar sobre isso com outras pessoas que realmente compreendessem sem nos julgar.

Assim fui “tocando” minha vida por um longo tempo após o diagnóstico, e apenas aos 26 anos de idade conheci a primeira pessoa que assim como eu também convivia com o diabetes tipo 1. Sem exagero ou forma de expressão, mas a partir desse dia a minha vida mudou!

Passei tantos anos acreditando que havia algo de errado comigo e então conheci alguém que tinha as mesmas dificuldades, dilemas e emoções, que me ouvia sem me julgar e que validava o que eu já sabia: O que estava passando era “normal” e ia melhorar!

E depois desse encontro realmente só melhorou! De lá para cá eu fui me envolvendo mais e mais com eventos de diabetes, conhecendo mais amigos e inclusive nesse meio tempo criei meu próprio projeto em diabetes, o Divabética no qual promovo eventos para pacientes.

Para mim, ir a eventos de diabetes significa reencontrar aquela força dentro da gente que às vezes fica um pouco esquecida nos dias ruins, mas que a gente sabe que está lá! Acredito que participar desses encontros é a melhor forma de renovarmos nossa motivação e esperança para continuar, fazer melhor para nos cuidar, pois sozinhos fica muito mais difícil e muito mais pesado também.

Se eu já tive medo de ir a eventos de diabetes? Com certeza!! Tinha medo de ser rotulada “diabética” ou “doente” caso estivesse entre outras pessoas que também tivessem a condição; e talvez por isso demorei tanto tempo para dar esse passo, mas a verdade é que o sentimento de estar com pessoas com diabetes é absolutamente oposto a esses medos que eu tinha.

O que encontrei nesses eventos que fui e nos que eu faço? Pessoas animadas, com energia para viver a vida, com brilho no olho, cheias de experiências para compartilhar,  e quem não quer mais disso na sua vida?

E então o que falta para você também viver um novo momento de convivência com a condição? Vamos juntos? Juntos prometo que é mais fácil e muito melhor!

Esse ano teremos muitas oportunidades, quem é de São Paulo ou estará por aqui, no dia 10 de novembro, sábado, será realizado o Diabest, um evento que se propõe a um bate papo aberto sobre diabetes e onde estarão reunidos vários blogueiros e influenciadores que eu admiro. Mais informações aqui: https://bit.ly/2Os3qc7

Para quem é do Rio de janeiro ou estará na cidade maravilhosa, tenho um convite especial! Estarei realizando juntamente com a Associação Adila, no dia 10, sábado, a segunda edição do Divabética Fashion show, que é um evento inédito com várias atividades como palestras sobre o lado emocional da condição, auto estima, painel com blogueiros e um desfile para celebrarmos o Novembro Diabetes Azul.

O evento acontecerá no Teatro do Tijuca Tênis Clube das 9 às 12 horas.

Programação completa e ingressos no link bit.ly/divabetica-2018

Existem ainda outros muitos eventos acontecendo pelo país, informe-se pelos sites da ADJ Diabetes Brasil e SBD Sociedade Brasileira em Diabetes.

Afinal… “Se quer ir mais rápido, vá sozinho. Se quer ir mais longe, vá acompanhado”

Esperamos vocês lá! bit.ly/divabetica-2018

 

25 anos de diabetes e o momento que eu decidi parar de me sabotar

Imagem blog

Nesse mês de Outubro completo 25 anos com o diabetes tipo 1, e mais da metade desses anos eu não aceitei a condição, não cuidei de mim da forma como deveria, deixei a condição em segundo plano, fui empurrando com a barriga, do jeito que dava, chutando a insulina, vivendo com os altos e baixos glicêmicos, e me sentindo vítima do impacto que essa condição (mal gerenciada) tinha em mim, meu humor, meu bem estar, que de “bem” estava longe pois muitas vezes vivia com um frequente mal estar da glicemia alta ou baixa demais, lidando com o mal estar emocional que eu sentia por não conseguir aceitar a condição e ter que lidar com as variações glicêmicas constantes que não só faziam mal ao meu organismo, mas a minha mente e meu emocional.

Ia vivendo assim, sentindo que não conseguia assumir as rédeas da minha vida e que mesmo querendo melhorar, não  sabia como dar o primeiro passo e inclusive subestimava o que seria o “próximo passo”, pois pensava eu que não seria UM ÚNICO passo que resolveria todos os meus problemas, o que não seria mesmo… mas queria como um passe de mágicas sair daquela situação que eu achava que a vida tinha me colocado, e que depois, com mais consciência e humildade eu enxerguei que fui eu mesma quem me coloquei ali.

A ânsia de dar passos largos, sair logo daquilo, fazer “tudo certo”, me mantinha num desequilíbrio ainda maior, pois como não conseguia fazer “tudo certo”, entrava num outro extremo de largar mão de tudo e me desmotivar achando que “nada, nunca” seria diferente e que se ainda continuava caindo nos comportamentos antigos, era melhor então por lá mesmo ficar.

De forma geral, eu não aceitava que a mudança seria um processo e que tudo na vida começa sempre com um primeiro passo. Um passo que no meu caso foi decisivo, mas que não nem de perto “mágico”.

Decidir cuidar de mim mesma e sair da sabotagem foi incrivelmente difícil porque a primeira parte, ou seja, olhar para as escolhas que havia (ou não) feito e que me levaram para aquele lugar que não gostaria de estar, demandava uma coisa que de forma geral é muito difícil mas também muito libertadora: A auto responsabilidade.

Me responsabilizar pelas escolhas feitas e não feitas, pela minha insistência em não aceitar o diabetes e continuar brigando com a vida, ao continuar me colocando como vítima das circunstâncias, e refém do que a vida escolheu para mim, ao invés de perceber que diante de tudo aquilo não adiantava fazer birra e reclamar e que o único poder que eu realmente tinha, e a parte que mais estava subestimando, era a minha decisão de como iria lidar com o diabetes, e que isso já era o bastante para mudar todo o curso da minha vida.

O que você precisa para tomar a sua decisão de dar um primeiro passo no sentido que você quer ir? O que falta para render-se e aceitar ajuda? Aceitar que a vida não vem com um cronograma o qual que segue exatamente o seu tempo e suas vontades, mas que você pode ser seu grande porto seguro uma vez que fizer as pazes consigo mesma e acreditar em sua própria capacidade.

Meu processo de mudança não foi e não é mágico, mas começou há 11 anos atrás, a partir de uma decisão que eu tomei, que foi provavelmente a mais importante decisão da minha vida. Num quarto de hotel durante uma convenção a trabalho, conheci uma moça que como eu no auge dos seus 27 anos vivia um momento de luto em sua vida. O luto por ter perdido uma amiga. A causa? Disse ela, Diabetes tipo 1 mal gerenciada. Hoje vejo que essa na verdade foi a consequência, pois pelo que ela me disse na ocasião a grande causa da morte precoce dessa moça foi a não aceitação da condição.

Nesse momento fui impactada e percebi que se continuasse escolhendo não aceitar, eu poderia, mas não importava o que escolhesse, o diabetes continuaria lá, e nesse momento percebi que se insistisse nessa escolha, ela poderia me custar muito caro, poderia custar minha vida.

E foi nesse momento resolvi me render e não mais lutar contra, mas fazer as pazes não só com o diabetes, mas principalmente comigo mesma.

Esse foi o primeiro passo, mas a partir daí uma série de coisas foram acontecendo, conheci pessoas, comecei um tratamento multidisciplinar, iniciei o uso da bomba de insulina, recrutei muito apoio, e me dispus a melhorar… a decisão veio assim de uma vez, mas a mudança aconteceu aos poucos. Tive muitas recaídas, errei, acertei, voltei a comportamentos sabotadores, me senti mal por isso e resolvi voltar.

Mas o mais importante havia acontecido… e esse fato nada poderia mudar. Eu pela primeira vez olhei para mim mesma e decidi que a vida poderia ser diferente, que tudo poderia melhorar, mas que não cabia mais ficar esperando que essa mudança viesse de fora e que o ponto de partida desse processo seria a minha vontade, a minha consciência, o meu respeito para comigo mesma, e para com a minha vida.

A estrada da aceitação e do amor próprio não é uma reta, é cheia de desvios, e não há atalhos, mas ela vale a pena, basta que você tome uma decisão e essa poderá ser a decisão mais importante da sua vida.

Te convido a fazer isso agora, feche os olhos, sinta (sem julgamento) quais tem sido suas escolhas, apenas sinta e constate. Se elas não te levam onde você quer chegar, apenas se permita MUDAR!

Se assim decidir, e se precisar de apoio para continuar (e acredite, você vai precisar), faça parte e acompanhe o blog e a página do facebook, participe também de cursos e eventos online e presenciais que estamos sempre organizando em benefício do seu BEM estar 🙂

Com carinho,

Fabiana Couto

Fundadora do Movimento Divabética

 

Conheça a história da Maria Emília que aos 16 anos e há 7 convivendo com o diabetes tem muito a nos ensinar!

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Maria Emília, uma jovem alegre e cheia de atitude, atual dona do blog Diário de uma Diabética, foi diagnosticada aos 9 anos de idade e hoje aos 16 nos ensina sobre aceitação, a importância de buscarmos o time de saúde certo para as nossas necessidades e como todo esse apoio pode nos possibilitar sim uma vida mais doce e feliz.

Maria conta que antes de ter sido diagnosticada, fez um exame de rotina para acompanhar o seu crescimento, e entre os exames realizados, ela fez o de hemoglobina que na ocasião apareceu alterado, mas a médica não a diagnosticou com diabetes.

Um tempo depois, durante uma viagem, ela pegou uma virose muito forte o que a deixou de cama, e nesse momento, o diabetes começou a se manifestar mais fortemente, com os clássicos sintomas como: muita sede, frequentes idas ao banheiro e muita fome associada a perda de peso, o que a fez voltar à médica, que pediu para que eles refizessem os exames. Ao receber os resultados, a glicada estava em mais de 12%, o que confirmou o diagnóstico de diabetes tipo 1.

Nesse momento todos se sentiram perdidos e desamparados, e a postura da médica que os atendeu só piorou as coisas, pois além de dar o diagnóstico de forma ríspida, ela também impôs várias restrições, principalmente cortando totalmente o açúcar da sua vida, o que fez que ela comesse por muitas vezes escondido.

Maria conta que nessa fase ela tinha muita vergonha de falar para as pessoas que tinha diabetes, o que ela considera ter contribuído para um mau controle do diabetes. Ela diz que queria muito se tratar mas não conseguia, e apesar de fazer terapia, ela continuava nesse ciclo com muitas dificuldades emocionais e no tratamento.

Quando perguntamos a Maria sobre o que era o grande obstáculo para essa mudança tão desejada, ela diz que faltaram os profissionais certos, que tivessem empatia por ela e conseguissem mostrar que apesar de ser difícil a mudança, ela era possível e que ela não estava sozinha.

Em sua busca, Maria conheceu vários especialistas, mas até chegar ao médico que está hoje, o qual ela considera um anjo em sua vida, ela passou por situações que ela diz terem prejudicado muito o tratamento já que muitas vezes, quando ia buscar ajuda médica porque não estava conseguindo melhorar, ela sentia que existia um certo julgamento por parte da profissional, e dava a entender que as coisas não estavam indo bem por culpa dela. Ela diz “Tudo era culpa minha, e eu não conseguia me tratar por raiva dela, por raiva de mim mesma, por me sentir incapaz, o que não é verdade pois hoje sei que muitos fatores influenciam a glicemia como por exemplo o ciclo menstrual, uma doença, e por isso sei que preciso cuidar ainda mais do meu emocional e da saúde de forma geral”

Foi aí, com todo esse mau estar, que ela percebeu que havia algo de errado e falou com sua mãe que precisava mudar de médico. A mãe aceitou seu pedido e foi aí que ela conheceu seu médico atual, Dr. Rui Lira, que como ela diz, olhou para ela nos olhos e disse que o controle dela estava ruim, que a glicada estava muito alta, mas que eles iam melhorar, disse que seria difícil e seria um tratamento de formiguinha mas que ela não estava sozinha e que tudo daria certo.

Maria diz que nunca tinha ouvido algo assim antes de um médico, um simples “vai dar tudo certo” e foi essa atitude que de fato fez com que ela voltasse a acreditar no tratamento e em si mesma.

Nesse período de mudanças, Maria procurou também outra psicóloga, com quem está há um ano, e que também a ajudou muito a restabelecer o seu psicológico e a cuidar do emocional, o que ela afirma ter contribuiu muito para sua melhora geral.

A partir daí surgiu o blog, pois bateu a vontade de compartilhar sua experiência com mais pessoas, principalmente para incentivá-las a buscarem os profissionais certos, a se aceitarem mais, e a se motivarem com a possibilidade de uma vida melhor com o diabetes.

Maria finaliza dizendo: “Hoje eu me conheço, e sei quando a glicemia está descompensada por responsabilidade minha, por conta de hormônios, ou de doenças e isso tem sido muito bom”, e sobre a vergonha de ter diabetes “eu sempre tive muita vergonha sim, mas depois de encontrar esse time de saúde que tanto me apoia, eu aprendi a me aceitar, e pelo contrário, ao invés de ter vergonha, aprendi a disseminar informação de qualidade sobre a condição; uso a bomba e o sensor e por onde vou as pessoas param e me perguntam se eu tenho diabetes, e eu falo sobre o blog e explico com o maior carinho pois eu acredito que é isso que as pessoas estão precisando: informação”

“Hoje em dia estou completamente transformada, sou outra pessoa. Leio muito sobre diabetes, conheço pessoas que também tem e me entendem, e além de ajudar com o blog também sou muito ajudada, pois quando tenho recaídas, eu entro lá e leio as mensagens que as pessoas me mandam e isso me faz muito bem”

Maria é a autora do blog Diário de uma diabética e você pode encontrá-la também no Facebook e no instagram: @diariodeumadiabetica_

 

 

 

 

Conheça a história de aceitação da Carol “O problema da dor é que ela precisa ser sentida”

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Oi! Eu sou a Caroline, tenho 25 anos, uma filha de 2 anos e provavelmente a minha história seja muito parecida com a sua. Mãe, esposa, professora e médica nas horas vagas (ou não). É, eu tenho diabetes, o que praticamente me garante um diploma em medicina não é?! Esse é o resumo da minha história.

D-I-A-B-E-T-E-S , você tem diabetes. Essa frase ecoou pelas paredes do consultório médico e minha unica reação foi fuga. Sim, em uma tentativa fula de fugir do diagnóstico, acabei por me ver saindo correndo pelos corredores da clinica, embalada na trilha sonora semelhante ao filme ” O grito “. No auge dos 11 anos, uma típica pré adolescente, tomada por mudanças, medos, angustias, hormônios. Somado a isso, o diagnóstico. Minha reação imediata foi gritar, chorar, espernear, como uma criança que pede pra mãe para não ir a escola e ouve um não, hoje você vai. Só que dessa vez, não seria apenas hoje. A escola da diabetes seria em período integral, sem recreio, férias ou hora da saída.

Assim, passada a euforia, me vendo frente a frente com uma realidade nova e não escolhida, decidi encarar. Não me lembro de chorar na primeira vez que tomei insulina, nem nas seguintes. Não me recordo de reclamar das pontas dos dedos furados, mas me lembro muito bem de destilar informações aos meus amigos sobre tudo que rodeava minha nova vida. Me apegando ao que sinto ser meu papel aqui na Terra, participei de encontros com outros jovens e até “palestrei” sobre Superação, garra e resiliência. Sim, eu era uma criança. Sempre falei pras outras crianças que apresentavam comportamento de revolta no projeto, que se iriamos conviver com isso pra sempre – pelo menos até então – que fosse de uma maneira amigável, lado a lado e não batendo de frente.

Isso perdurou por uns bons anos. Como no piloto automático, eu seguia repetindo como encarava tudo numa boa, como estava acostumada e que estava tudo ok. Até não estar. Ou melhor, até eu perceber que nunca esteve, até agora. 14 anos depois, aquela menina que fugiu, se viu encurralada de novo. Mas dessa vez ela decidiu não fugir. Me despi de rótulos e me vi pela primeira vez. Com medo, sim. Com dores, sim. Um processo nada fácil, mas aos poucos fui escancarando as feridas. Sabe aquela história de que alguns machucados não podemos cobrir, porque ” deixar coberto” piora a cicatrização? ta aí, é isso. Passei anos cobrindo, colando band-aids. A ferida? continuou la. Nunca deixei ela livre pra curar.

E então ela piorou, começou a afetar outras partes do corpo e aí fui obrigada a ver. Nunca achei que meus comportamentos refletiam uma não aceitação da doença. Logo eu, que tanto “preguei” sobre isso. Agora, me desnudando por outra vez, conto pra vocês o processo, na intenção de agregar a quem passou/passa/nem imagina que está passando por algo assim.

Passei alguns anos com comportamentos bem destrutivos ligados ao diabetes. Sempre mantive um controle adequado, mas conforme a vida foi acontecendo, problemas surgindo pra serem enfrentados, eu literalmente “descambei”. Se tinha hiperglicemia, comia mais. Comia justamente o que sabia que faria mal. Por muito tempo, pensei ser um descontrole alimentar, mas não. Era uma guerra travada ali. Eu versus Diabetes versus Eu.

Quem pode sair vencedor de uma guerra com algo tão intrínseco a si mesmo? Ambos saímos perdedores por um bom tempo.  Meu pensamento era:  Faço tudo que tem que ser feito e ainda passo mal? Não é justo. Então agora vai ser da minha maneira. E da-lhe auto destruição de novo. e de novo. e de novo. Até surgir um novo vicio. Comecei a controlar doses de insulina, como quem decidi na roleta russa seu futuro. Dica: Não façam isso em casa. Assunto sério e real.

Por anos eu contava nos dedos quantas unidades tomava, evitava tomar, mesmo quando tivesse real necessidade, até que me vi algumas vezes em um hospital com crises de hiperglicemias que nunca haviam acontecido antes, nesses anos todos. Minha alegria era ver que o tubo da insulina tinha durado mais essa semana do que na semana passada e assim, me sentia no controle. Doce ilusão. Fui perdendo o controle de algo mais importante ainda do que minhas glicemias. Eu mesma. Me apagando e esquecendo, em prol de algo que nem sabia mais o que era.

Depois de muito tempo presa nesse comportamento, por outras questões, decidi buscar ajuda. Um mundo se abriu a partir dali. Foi aí que percebi que nunca aceitei realmente o que me foi dado. Em uma primeira consulta já falei : “Ahh, mas sabe o que me deixa triste? saber que eu nunca vou poder chutar o balde e me afogar num pote de sorvete,  Você não ia se irritar com isso também?” e aí, me ouvindo, chorei. Ninguém precisou falar. Eu falando toda a minha revolta em voz alta pela primeira vez, foi como se a porta de todas essas dores estivesse aberta. Eu vi. A venda estava caindo.

E agora? O que fazer com isso? A questão é que todo esse processo refletiu uma insegurança e assim, trabalhando questões como a auto estima, a compaixão comigo mesma, esses comportamentos foram diminuindo de frequência/intensidade. E sigo assim, sem pressa nesse processo que chama VIDA. Guardar toda a fúria dentro de mim, quando era NORMAL expressa-la – no momento pós diagnostico – fez ela crescer. “O problema da dor, é que ela precisa ser sentida”.

Não adianta. Respeite seu processo, sua caminhada, seja ela qual for.  A aceitação é uma luta diária, não entregue a batalha, mas não minimize suas dores. Sinta. Viva suas dores e alegrias, na intensidade que elas demandam. Você é suficiente e maior que tudo isso!

Texto de Caroline Cardoso

Siga a Carol no Instagram: @docecarola_

 

Diabetes e Saúde mental, qual a relação e como cuidar?

Diabetes e depressão

A relação entre o diabetes e a saúde mental é algo pouco falado e reconhecido, porém, bastante presente na vida de muitas pessoas que convivem com essa condição

Diabetes, Depressão e Ansiedade

Muitos estudos divulgados por instituições renomadas de saúde e pesquisa, como a ADA (Associação Americana de Diabetes) e a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) demonstram que a depressão e distúrbios de ansiedade ocorrem duas vezes mais em portadores de diabetes (tanto DM1 quanto DM2) do que na população em geral, com prevalência maior em mulheres.

Alguns dos motivos para tal prevalência são: os efeitos fisiológicos de oscilação do açúcar no sangue que podem contribuir para a instalação de condições depressivas, fatores genéticos e os efeitos psicológicos de ter que cuidar de uma condição 24 horas por dia e sete dias por semana.

Círculo vicioso

A depressão e os transtornos de ansiedade tem impacto nocivo sobre o controle glicêmico e, por sua vez, o diabetes mal controlado intensifica os sintomas depressivos e de ansiedade. Ou seja, a pessoa entra num círculo vicioso, difícil de sair sem tratamento médico e psicológico.

Transtornos alimentares

Outra questão bastante importante é que uma vez a depressão instalada, ela abre a porta para outras condições como os transtornos alimentares, que acometem em média duas a três vezes mais pessoas com diabetes do que a população em geral, em especial jovens mulheres com Diabetes Tipo 1.

Eating Recovery Center, centro referência no tratamento de transtornos alimentares dos EUA, explica a relação “Um foco necessário na alimentação e restrição dietética para o tratamento do diabetes tipo 1, como a contagem de carboidratos, o planejamento de refeições e a restrição alimentar, que embora sejam parte importante do gerenciamento do diabetes, por outro lado, podem criar um foco demasiado na comida, números e controle”.

Diabulimia                

Um dos transtornos alimentares mais comuns entre pacientes DM1 é a Diabulimia – mas não exclusivamente, pois pessoas com diabetes também estão sujeitas a outros transtornos como bulimia, anorexia e compulsão alimentar.

A Diabulimia, em especial, se caracteriza pela omissão da dose de Insulina com o objetivo de perder peso. Deve ser considerada também, como diminuição ou retardo da dose de Insulina com o objetivo de perder peso. Esta prática pode ser somada a comportamentos compensatórios purgativos como vômitos, uso de laxantes, diuréticos ou exercício físico de forma excessiva.

Os principais sinais de alerta são:

  • Não aderência ao tratamento prescrito para o diabetes
  • Controle metabólico instável evidenciado pelos níveis elevados e Hemoglobina Glicada (A1c)
  • Hiperglicemia (constante)
  • Evitar que os pais observem a autoaplicação de insulina
  • Ganho ou perda significativa de peso
  • Dietas frequentes e preocupação excessiva com o planejamento das refeições e composição dos alimentos
  • Visão negativa da imagem corporal / baixa autoestima
  • Sintomas depressivos, incluindo o humor triste, baixa de energia, falta de concentração, fadiga e sono interrompido. Embora a depressão e comportamento alimentar perturbado muitas vezes coexistem, diabetes mal controlado também pode contribuir diretamente para sintomas depressivos.

*Fonte: Site SBD, Sociedade Brasileira de Diabetes

Caso você suspeite que isso esteja acontecendo com você ou sua filha(o), busque apoio profissional de um psicólogo e/ou psiquiatra, seu médico e também de uma comunidade, pois ter ao seu lado outras pessoas com quem possa falar e trocar experiências sobre o que está passando é fundamental.

Prevenção

Além de tratar o problema, é importante primeiramente preveni-lo. Assim, sabendo da maior propensão que as pessoas com diabetes têm de desenvolver quadros de saúde mental, que por sinal, ninguém está livre. É importante que seu estilo de vida seja um fator preventivo no desenvolvimento dessas questões. Algumas dicas na prevenção:

– Mantenha um bom controle glicêmico, porém saiba que oscilações acontecerão – afinal você tem diabetes – e o mais importante é que essas oscilações sejam corrigidas com rapidez, e que haja um aprendizado a partir daquele evento. Evite cair no erro de buscar a perfeição no diabetes e na vida, pois esse é um dos comportamento que leva as pessoas a muitos problemas de saúde mental;

– Pratique atividade física de forma saudável e equilibrada, pois ela é uma grande aliada da sua saúde não só física, mas também mental. E lembre-se que os excessos nunca são proveitosos e mesmo em relação à algo positivo como a atividade física pode te levar a um desequilíbrio

– Pratique a autoaceitação e o amor próprio. Sim, pratique! Pois esses comportamentos não são necessariamente algo natural para nós, pois geralmente não somos ensinados a nos amar; pelo contrário, aprendemos a nos criticar e nos julgar, mas podemos modificar isso se desenvolvermos uma nova atitude consigo mesmos. Nessa prática, um ótimo exercício que aprendi com a escritora americana Louise Hay, é o seguinte: Olhe no espelho, olhe em seus olhos e diga para si mesmo que se ama. A princípio pode parecer algo tolo e até falso, mas com a prática seu inconsciente começará a aceitar esse comando e sua autoestima e amor próprio vão se fortalecer.

Como diz o  psiquiatra e psicoterapeuta Jung “Quando me aceito como sou, então posso mudar”

Ou seja, viva sua vida com diabetes, com equilíbrio, autocuidado e quando sentir que é momento de pedir ajuda busque o apoio que merece e precisa!

O mundo da saúde está mudando… para melhor!

Hoje quero sair um pouco do tema do dia a dia de quem convive com diabetes para falar sobre a tecnologia a serviço da vida, e eu não me refiro ao sensor de glicose ou bomba de insulina, estou falando de tecnologia em maior escala, que veio para ficar, e dominar (positivamente) todos os setores de nossas vidas, ou seja, a realidade virtual.

No último dia 24 de abril, eu tive uma experiência incrível ao ser convidada para participar de um encontro promovido pelo Johnson & Johnson Institute para conhecer sua nova ferramenta de realidade virtual adquirida em prol do aperfeiçoamento dos treinamentos promovidos pelo Instituto à médicos e profissionais da área de saúde.

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Entrada do prédio do J&J Institute em São Paulo

O J&J Institute tem como principal missão oferecer educação médica continuada para profissionais de Saúde, das redes pública e privada, investindo no aprimoramento dos especialistas no que diz respeito à aplicação das mais modernas técnicas cirúrgicas.

Ao adentrar o Instituto fomos recebidos em um ambiente tecnológico e por pessoas que lá trabalham, que amigavelmente começaram a contar um pouco daquele ambiente e de seu propósito na vida das pessoas.

A sensação de estar num espaço como esse foi a de ser “cuidada”, pois, ao perceber o que acontece nos bastidores de uma empresa como a J&J para que aos médicos sejam bem capacitados, e as pessoas tenham suas vidas, ou seja, seu maior bem, preservado e cuidado, para mim, foi algo muito emocionante.

Iniciamos o dia com uma apresentação feita pela diretora do J&J Institute, Elizabete Murata, que falou sobre os valores da empresa e seus objetivos de maior capacitação médica para a promoção de saúde e bem estar das pessoas.

Logo após, a vice-presidente global do J&J Institute, Sandra Humbles, falou sobre a necessidade de capacitação continuada dos médicos e demonstrou através de informações e estatísticas mundiais que “cirurgiões não qualificados têm 3x mais complicações e 5x a taxa de mortalidade em comparação a cirurgiões qualificados” reforçando a necessidade de educação continuada, como é feito por eles.

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Painel com Elizabete Murata, Jackson Follman, Alexandre Sadao, Sandra Humbles e Christiane Pelajo

Nessa hora eu pensei que nunca fui submetida a um procedimento cirúrgico invasivo – e que assim continue – mas se em algum momento eu ou alguém da minha família precisasse passar por uma cirurgia eu certamente gostaria que esse médico e profissional da saúde tivessem recebido o treinamento que eu vi por lá.

Como exemplo disso, ou seja, da segurança que trás estar bem amparado em momentos de vulnerabilidade, estava lá Jackson Follman, ex-goleiro da Chapecoense, vítima do trágico acidente da equipe de futebol, que de forma emocionante compartilhou a experiência de ter tido acesso a modernos recursos científicos que cooperaram para sua sobrevivência e o sucesso de sua recuperação junto do Dr. Alexandre Sadao, cirurgião de coluna, integrante da equipe médica que operou o atleta e que faz parte do corpo de profissionais que estão continuamente se reciclando através do Instituto.

Após as apresentações, fomos conhecer as modernas instalações do instituto e o destaque do dia foi a nova ferramenta de Realidade Virtual que une o humano e o tecnológico de forma única.

Em uma sala de simulação, pudemos utilizar a novíssima tecnologia e simular uma cirurgia real, passando pelo passo a passo que um médico e profissional de saúde passa na hora de operar um paciente, e estando num ambiente de treinamento, vivenciamos um pouco do que a tecnologia pode oferecer, trazendo mais prática ao profissional, permitindo que ele “erre” num ambiente virtual, e que esteja o mais capacitado possível para o momento real, ou seja, a cirurgia em si.

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A apresentadora do evento, jornalista Christiane Pelajo, utilizando a ferramenta de realidade virtual

Agradeço a experiência e me sinto grata pelos avanços tecnológicos que temos presenciado em nossa sociedade, desejo que essa tecnologia esteja acessível cada vez mais para todos e que, a partir disso, tenhamos uma vida melhor, mais segura e, claro, mais feliz!