O mundo da saúde está mudando… para melhor!

Hoje quero sair um pouco do tema do dia a dia de quem convive com diabetes para falar sobre a tecnologia a serviço da vida, e eu não me refiro ao sensor de glicose ou bomba de insulina, estou falando de tecnologia em maior escala, que veio para ficar, e dominar (positivamente) todos os setores de nossas vidas, ou seja, a realidade virtual.

No último dia 24 de abril, eu tive uma experiência incrível ao ser convidada para participar de um encontro promovido pelo Johnson & Johnson Institute para conhecer sua nova ferramenta de realidade virtual adquirida em prol do aperfeiçoamento dos treinamentos promovidos pelo Instituto à médicos e profissionais da área de saúde.

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Entrada do prédio do J&J Institute em São Paulo

O J&J Institute tem como principal missão oferecer educação médica continuada para profissionais de Saúde, das redes pública e privada, investindo no aprimoramento dos especialistas no que diz respeito à aplicação das mais modernas técnicas cirúrgicas.

Ao adentrar o Instituto fomos recebidos em um ambiente tecnológico e por pessoas que lá trabalham, que amigavelmente começaram a contar um pouco daquele ambiente e de seu propósito na vida das pessoas.

A sensação de estar num espaço como esse foi a de ser “cuidada”, pois, ao perceber o que acontece nos bastidores de uma empresa como a J&J para que aos médicos sejam bem capacitados, e as pessoas tenham suas vidas, ou seja, seu maior bem, preservado e cuidado, para mim, foi algo muito emocionante.

Iniciamos o dia com uma apresentação feita pela diretora do J&J Institute, Elizabete Murata, que falou sobre os valores da empresa e seus objetivos de maior capacitação médica para a promoção de saúde e bem estar das pessoas.

Logo após, a vice-presidente global do J&J Institute, Sandra Humbles, falou sobre a necessidade de capacitação continuada dos médicos e demonstrou através de informações e estatísticas mundiais que “cirurgiões não qualificados têm 3x mais complicações e 5x a taxa de mortalidade em comparação a cirurgiões qualificados” reforçando a necessidade de educação continuada, como é feito por eles.

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Painel com Elizabete Murata, Jackson Follman, Alexandre Sadao, Sandra Humbles e Christiane Pelajo

Nessa hora eu pensei que nunca fui submetida a um procedimento cirúrgico invasivo – e que assim continue – mas se em algum momento eu ou alguém da minha família precisasse passar por uma cirurgia eu certamente gostaria que esse médico e profissional da saúde tivessem recebido o treinamento que eu vi por lá.

Como exemplo disso, ou seja, da segurança que trás estar bem amparado em momentos de vulnerabilidade, estava lá Jackson Follman, ex-goleiro da Chapecoense, vítima do trágico acidente da equipe de futebol, que de forma emocionante compartilhou a experiência de ter tido acesso a modernos recursos científicos que cooperaram para sua sobrevivência e o sucesso de sua recuperação junto do Dr. Alexandre Sadao, cirurgião de coluna, integrante da equipe médica que operou o atleta e que faz parte do corpo de profissionais que estão continuamente se reciclando através do Instituto.

Após as apresentações, fomos conhecer as modernas instalações do instituto e o destaque do dia foi a nova ferramenta de Realidade Virtual que une o humano e o tecnológico de forma única.

Em uma sala de simulação, pudemos utilizar a novíssima tecnologia e simular uma cirurgia real, passando pelo passo a passo que um médico e profissional de saúde passa na hora de operar um paciente, e estando num ambiente de treinamento, vivenciamos um pouco do que a tecnologia pode oferecer, trazendo mais prática ao profissional, permitindo que ele “erre” num ambiente virtual, e que esteja o mais capacitado possível para o momento real, ou seja, a cirurgia em si.

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A apresentadora do evento, jornalista Christiane Pelajo, utilizando a ferramenta de realidade virtual

Agradeço a experiência e me sinto grata pelos avanços tecnológicos que temos presenciado em nossa sociedade, desejo que essa tecnologia esteja acessível cada vez mais para todos e que, a partir disso, tenhamos uma vida melhor, mais segura e, claro, mais feliz!

 

Natural Tech em São Paulo – Novidades e dicas de alimentação saudável

Divas, nós sabemos que alimentação saudável é um pilar importantíssimo para a saúde e também a beleza de quem tem diabetes, não é mesmo?

Eu busco sempre a melhoria na minha alimentação e estilo de vida, e fico fascinada com a quantidade e qualidade de conhecimento disponível hoje em dia. Ao mesmo tempo, confesso que muitas vezes não consigo acompanhar tanta inovação, nem filtrar o que é realmente bom para mim, algo bastante frustrante porque não conseguindo aproveitar tudo isso da melhor forma.

Com você também é assim? Se sua resposta é: SIM! Quero contar para vocês sobre a Natural Tech, uma feira gratuita que acontecerá em São Paulo, entre os dias 06 à 09 de junho, das 11h às 20h, no Pavilhão Anhembi, e irá reunir as marcas mais inovadoras no mercado de alimentos, bebidas, suplementos, cosméticos naturais e saudáveis, na qual o público tem oportunidade de degustar e comprar em pequenas quantidades na maioria dos estandes dos produtores e fabricantes.

O público pode participar gratuitamente do Encontro de Práticas Integrativas, onde profissionais fazem atendimento em várias modalidades, como Do In, Reflexologia, Reiki, massagens, acupuntura a laser, Aromaterapia, entre muitas outras.

Além disso, a feira oferece também uma super programação com painéis, fóruns, seminários, palestras e workshops, sendo a novidade da edição deste ano as Palestras Especiais que abrem ou encerram a programação de todos os dias, sempre com convidados especiais e temas muito atuais.

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*Foto feira Natural Tech 2017

Eu estarei presente no dia 06/06 a partir das 14h no stand da Lowçucar (que fica bem próximo à entrada principal da feira) e ficarei MUITO feliz em te encontrar por lá!

Será uma oportunidade de trocas, aprendizados, e de cuidarmos ainda mais de nossa saúde! Algo sempre importante e necessário para quem convive com o diabetes. Então, o que você me diz? Vamos?

Entra no link para fazer sua inscrição gratuita: http://naturaltech.com.br/credenciamento.asp

Grande beijo de diva para diva 🙂 Fabi Couto

 

Você já ouviu falar em Diabulimia?

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Texto por Deise Santiago Nutricionista 

“Você já ouviu falar em Diabulimia?

Se você não ouviu, certamente já ouviu falar de Bulimia, não é?

A bulimia é quando a pessoa se alimenta e vomita para não engordar. Na Diabulimia a pessoa come e não aplica a insulina para não engordar. Por isso os nomes parecidos.

Semana passada tivemos a Fabiana Couto, fundadora do movimento Divabética, no Programa Bem Estar falando da importância de se falar sobre isso. E eu estou aqui para explicar o que esse transtorno pode causar e como podemos combatê-lo.

O nosso corpo produz energia colocando a glicose (=açúcar) para dentro das células. Quem faz isso é a insulina que é o nosso porteiro de glicose. A energia produzida, se não é gasta, vira gordura. O corpo estoca a gordura como forma de armazenamento de energia.

Quando falta insulina, a glicose não entra dentro da célula, a energia não é produzida e nem armazenada. Mas sem energia da glicose, o corpo capta energia dos músculos e da gordura já existente. Ou seja, emagrecemos.

“Deise, isso parece incrível! Emagrecer fácil assim deve ser maravilhoso!”

Seria, se não fosse um fator IMPORTANTE, a glicose está circulando no nosso organismo sem ter pra onde ir, cada vez mais e mais… Existem pequenos vasos no nosso corpo que começam a “entupir”, a glicose passa por ali e fica. Ou seja, o sangue pára de circular naquela área… Estou falando de olhos, rins, extremidades do corpo. Isso mesmo que você entendeu. A pessoa que faz isso pra emagrecer, consequentemente está correndo mais riscos de ficar cega, com problemas renais e precisar amputar algum membro. Essas são complicações que você poderá gerar para seu corpo no médio prazo mas no curto prazo o que acontece é que sem energia nas células você pode se sentir mais cansada, e sem disposição para a vida além de sentir-se infeliz pois o descontrole glicêmico pode te levar a desenvolver outras doenças como depressão e transtorno de ansiedade.

Lembra lá em cima quando eu falei que a insulina ajuda a gerar energia? Lembra que eu falei que a glicose é a que gera energia? Essa é a “fórmula mágica” do emagrecimento, comer bem, de forma equilibrada para não consumir glicose em excesso e fazer exercícios pra queimar a energia produzida e não haver estoque!

Alimentação e atividade física é sua melhor escolha. Se está difícil mudar hábitos procure ajuda de um nutricionista e outros profissionais de saúde.

Mas se você já sabe que a Diabulimia te faz mal mas não consegue parar, procure ajuda psicológica, pois isso te fará bem, de verdade.”

 

 

Carta de uma criança com diabetes para seus pais

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Eu sei que vocês se preocupam comigo, que me amam e não querem que eu passe por nenhuma adversidade na vida. Sei que se pudessem tirariam de mim a minha “doença” ou melhor, condição, e a traria para si mesmos; sei que vocês sofrem escondidos pelo medo do que pode acontecer comigo e, quando acordam, logo colocam sua capa de super-heróis para que assim me sinta mais protegido.

Eu amo vocês e os aprecio por tudo isso, mas eis aqui algumas coisas que eu gostaria de lhes dizer:

  1. As adversidades que enfrento na vida estão pouco a pouco tornando-me mais forte e uma pessoa melhor. Não se preocupem em afastar todas as adversidades de mim, pois isso não é possível. Apenas estejam ao meu lado para passarmos juntos por elas, isto é tudo que preciso.
  2. Podem aposentar as suas capas de super-herói (só as tirem do armário quando a gente for brincar). Não espero que vocês sejam perfeitos. Na verdade, quando tentam ser assim, isso acaba me passando a mensagem de que também preciso ser perfeito, e isso é difícil para todos nós. Eu não me sinto amedrontado quando vocês demonstram suas fragilidades, ao contrário, me sinto mais humano, pois eu também as tenho
  3. Minha condição de saúde não é um castigo ou limitação. É algo que veio para mim e que compartilho com vocês por um propósito maior que a gente não consegue entender hoje. Porém, mais adiante vamos entender melhor e até, talvez, sejamos gratos por ela. Nós não sabemos disso ainda, mas essa condição vai me ajudar a tornar-me a pessoa que vim ser, e vocês também. É um chamado que a vida nos trouxe para vivermos melhor…. Só que ainda não conseguimos ver tudo isso porque precisamos viver para saber. Como dizia Steve Jobs, “Você não consegue ligar os pontos olhando para frente. Você só consegue ligá-los olhando para trás. Então, você tem que confiar que os pontos se ligarão algum dia no futuro. Você tem que confiar em algo, seja no seu instinto, no destino, na vida, no carma, no que for.”
  4. Vivam as suas vidas também. Vocês são ótimos pais e cuidadores, vocês zelam por mim com o maior apreço e carinho do mundo. Queria muito que vocês fizessem o mesmo por si mesmos. Eu adoro ver quando estão bem e saudáveis, isso me estimula a seguir seus passos sem que vocês tenham que dizer nada. Eu os observo e percebo como viver e agir. Então, não se sintam culpados de tirar tempo para vocês, esse tempo volta em dobro para mim e eu sou muito beneficiado.
  5. Deus escolheu vocês para serem meus pais porquê sabia que juntos vamos superar essa e muitas outras adversidades, e que, apesar da nossa condição, não vamos levar uma vida normal, mas podemos sim levarmos uma vida feliz!!

Você tem vergonha do valor da sua hemoglobina?

É incrível o peso emocional que damos a esse número.

Fato que ele é um número importante, que é um parâmetro para que saibamos como está indo o tratamento, mas porque será que nos sentimos tão culpados quando estamos fora da meta (ou quando os filhos estão), porquê temos vergonha de ir ao médico e mostrar aquele número (às vezes até desmarcamos a consulta), justamente no momento que mais precisamos dele.

A hemoglobina é um parâmetro mas é muitas vezes olhada (por nós mesmos) como o julgamento da nossa capacidade, competência e valor como pessoas, como mães e pais.

Eu já olhei muito para esse número dessa forma, como um reflexo de meu valor pessoal. Ou seja, se o número era “ruim” era porque eu era “ruim”; e isso, não preciso nem dizer que isso não me ajudou em nada a atingir meus objetivos, pois ao fazer tal associação, me sentia envergonhada, sem coragem de encarar o médico, pois não conseguia encarar a mim mesma. Ou seja, sumia por um tempo, e quando voltava estava ainda mais desencorajada.

Hoje vejo as coisas de forma bastante diferente, visão que certamente reflete positivamente na minha saúde. A hemoglobina para mim se tornou uma bússola, que mostra a direção que estou seguindo, e se essa direção me leva ao caminho que quero chegar.

Tirando esse peso emocional do resultado, passei a olhar para ele e analisá-lo com mais objetividade, aceitando as oscilações da hemoglobina, como aceito as oscilações da vida, porém sem perder o aprendizado que está por trás, e assim vou tomando as medidas necessárias para viver bem e com qualidade de vida, que tem sido meu maior foco nos tempos atuais.

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Meu último resultado saiu hoje,  que foi o que me levou a escrever sobre o assunto. O resultado foi de 6.9%, ou seja, um valor  abaixo da recomendação oficial da ADA (American Diabetes Association), que é de 7.0% para a redução da probabilidade do desenvolvimento de complicações relacionadas ao diabetes, o que me deixa feliz, sim, claro!

Mas é possível melhorar… Já estive em 6.7% e sei que posso reduzir a hemoglobina mais ainda, sem tornar isso uma obsessão mas sim um respeito à mim mesma e minha qualidade de vida.

Meu próximo passo é a meta de 6.5%, e quero traçá-la juntamente com meu médico e profissionais de saúde, bem como minha psicanalista, com quem faço o trabalho analítico semanalmente e que me ajuda a cuidar da parte emocional que tanto influencia o tratamento, assim, com esse time, e meu comprometimento, penso que para chegar onde quero eu preciso estabelecer 5 prioridades:

1- Consultas a cada 3 ou 4 meses com minha médica para avaliar os gráficos, fazer os ajustes necessários, trocar e aprender;

2- Consistência de atividade física, fazendo algo que gosto;

3- Cuidar do emocional e buscar formas de me equilibrar no dia a dia;

4- Manutenção dos insumos em especial o sensor do sistema 640g (que evita em 75% do tempo a hipoglicemia) assim consigo chegar num valor de hemoglobina de qualidade, ou seja, sem muitas hipos;

5- Uma alimentação menos carregada de carboidratos, e com mais fibras! Carbo é um vício! E muitas vezes descarregamos emoções na comida (assim voltamos para o ítem 3)

Daqui 3 meses estarei de volta. Compromisso meu com vocês mas principalmente um compromisso meu comigo mesma 🙂

Então… Bora seguir nesse desafio de melhoria juntos? Essa é a minha meta, e as ações que eu vou tomar para chegar nela.

E qual o seu objetivo e como fará para chegar lá? O tratamento do diabetes é algo muito individualizado, onde cada caso é único, por isso as metas e caminhos a serem estabelecidos é algo bastante pessoal.

Pode ser que esteja com 10 de hemoglobina (como eu já estive) e queira reduzir meio ponto – o que já é algo bastante significativo na redução da probabilidade de complicações. Pode ser que esteja bem e queira manter, pode ser que esteja com a hemoglobina na meta mas queira reduzir as hipoglicemias.

Cada pessoa está numa etapa do seu processo mas todos estamos em busca de uma vida melhor, mais saudável, mais feliz, e isso, se assim desejarmos, nos une e nos fortalece.

Você não é sua hemoglobina, mas ela faz parte de você; assim como você não é seu diabetes mas ele também faz parte de você

#cuide-se #ame-se #brilhe

Beijo doce sem açúcar

Fabi Couto

 

 

O diabetes e as emoções

Emoções

As emoções nos movem. A própria palavra que vem do latim (e-movere) e significa “ato de deslocar, movimentar”, já diz isso.

Ou seja, elas são importantes para a vida, para a realização pessoal e coletiva. São as emoções que nos fazem acordar todos os dias em busca de nossos objetivos; são elas que nos motivam a formar uma família e estabelecer relações.

As emoções estão presentes em cada ato de criação da vida, por isso são tão fundamentais na nossa existência, nos tirando do lugar, nos movimentando em busca da melhoria e do crescimento.

Muitas vezes porém enxergamos as emoções como inimigas ou inadequadas, as que mais comumente rejeitamos são a raiva, o medo, a inveja. Porém, rejeitando ou não, todos as sentimos. Senti-las é o processo e o fluxo natural da vida, mas quando as rotulamos como “boas” ou “más” estamos perdendo contato com elas, ou seja, com o que elas estão querendo nos dizer; pois cada emoção traz uma mensagem por trás, e quando insistimos em não escutá-las, abafá-las e negá-las elas aumentam ainda mais para chamar nossa atenção.

É como uma bola de praia que você coloca embaixo d`água e fica segurando. Para você manter a bola ali embaixo você precisa investir muita energia e atenção. Porém diante da menor distração ou cansaço, ela pula, vindo à tona com toda força.

Da mesma forma são as emoções não sentidas e reprimidas. Elas aparecem de outras formas, uma delas, bastante comum para quem tem diabetes, é através das glicemias descontroladas sem razão ou justificativa.

De repente o controle glicêmico fica mais difícil e como não estamos em contato com nossas emoções demoramos para perceber que isso está relacionado à algo que está nos incomodando; assim vem uma reação física que é como um alerta de que algo em nós precisa de atenção.

Eu pessoalmente tenho, e já tive mais dificuldade de sentir minhas emoções, principalmente as que rotulamos como “negativas”;  por isso hoje vejo o diabetes como uma forma de autoconhecimento e de auto percepção, pois quando muitas vezes a glicemia sobe sem causa aparente eu me volto para dentro e me pergunto como estou, e se tem algo que preciso fazer pelo meu bem estar emocional; e muito frequentemente é exatamente isso que eu preciso para restabelecer o equilíbrio da condição, ou seja, uma pausa, voltar à meditação, falar com um amigo ou terapeuta, assistir um vídeo ou uma palestra que toca no tema que estou vivendo.

As emoções sempre têm algo a nos ensinar sobre nós mesmos. Reconhecê-las e acolhê-las é parte fundamental do tratamento do diabetes, é importante na mesma proporção como medir a glicemia e aplicar a insulina. Porém vivemos numa sociedade material e muito concreta, que  não nos estimula a olharmos para nossas emoções como fator determinante de nossa saúde, mas é nas sutilezas que você poderá se conhecer e assim atingir um melhor controle e qualidade de vida.

Se você não sabe por onde começar e como dar o primeiro passo em busca de sua saúde emocional, apenas permita-se sentir, sem julgamento, sem condenação. Apenas perceba suas emoções, sinta sua raiva, seu medo, sua inveja, tudo isso faz parte de você mas não é quem você é.

As emoções são o que nos movem. Por exemplo, a raiva, se bem direcionada, pode ser uma grande propulsora de movimento e transformação na vida de uma pessoa. Isso não significa bater boca com todo mundo e se revoltar, muito pelo contrário, significa ter um diálogo interno para escolher como lidar com as emoções sem ser refém delas.

Pare de fugir de suas emoções e de si mesmo. Olhe-se. Aceite-se. A vida é pura ambiguidade, e as emoções também.

Perceber isso e usar isso a seu favor é um passo determinante para um melhor gerenciamento do diabetes e para uma vida mais plena e feliz.

Os resultados que você quer dependem de você

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A dura e libertadora verdade é que ninguém vem para nos salvar.

Ninguém vai nos salvar a não ser nós mesmos.

Viemos com a capacidade de sermos responsáveis pela própria vida e o erro maior que cometemos é quando tomamos a vida do outro como responsabilidade nossa e esperamos que ele faça o mesmo, tomando responsabilidade pelas nossas vidas e nossos resultados.

Essa inversão do nosso foco provoca grande insatisfação e claro, problemas. Pois assim colocamos nossa energia fora, sem perceber que estamos deixando de lado nosso real poder, pois só podemos agir e modificar a nós mesmos, só temos real alcance sobre nossas próprias atitudes e nossas vidas.

A árvore que dá frutos é a árvore que conheceu a luz do sol, foi nutrida pelo solo, irrigada pela chuva, se fortaleceu e assim deu frutos.

É verdade que ela recebeu ajuda e não deu frutos exclusivamente sozinha. Isso nem na natureza nem na humanidade existe. Somos todos seres interdependentes. Porém, a capacidade de dar frutos já estava lá, dentro dela, ela sempre foi uma árvore frutífera que só precisava das condições certas para frutificar. 

Poderia ela, porém, ter todos os cuidados necessários, mas sem a capacidade de gerar o fruto, jamais produziria tal resultado.

Assim somos nós. Podemos e precisamos contar com a ajuda e recursos externos em nosso próprio processo de florescimento e frutificação. Porém, são primeiramente os recursos internos que possuímos que nos possibilitarão produzir os resultados que almejamos.

Para isso, é preciso fortificarmos nosso solo interior, regarmos, cuidarmos, nos conhecermos, nos melhorarmos. Para isso é necessário investir em si, cuidar da mente, do corpo, do espírito e potencializar assim nossa capacidade de produzir frutos, ou seja, resultados.

Tudo começa de dentro para fora e a realidade e o que você vê  na sua vida é reflexo de você mesmo. De seus pensamentos e ações. Então, pergunte-se nesse momento, com sinceridade e abertura para ouvir a resposta “Como está meu solo interno? Como tenho cuidado do meu potencial de realização? Esse solo condiz com a vida e o futuro que eu quero colher? Quais as sementes que eu estou plantando? quais as que preciso plantar?”

Não sabe exatamente que sementes está plantando? Olhe para fora e veja onde você gostaria de melhorar. A vida responde sempre através da lei da atração. O que está dentro está fora, e o que está fora está dentro, por isso o trabalho de cuidar do seu interior é tão importante e necessário.

Os resultados que você quer dependem de você! 

Porque você não está conseguindo gerenciar seu diabetes…

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Já me senti muito frustrada com o conceito linear de saúde ao qual fui submetida quando diagnosticada com diabetes tipo 1, uma doença auto imune, a qual muda sua vida completamente do dia para a noite, não só a sua mas também a da família como um todo.

Lembro-me que a partir do momento que recebi o diagnóstico em 1993, aos 13 anos, tive que passar a viver de uma forma totalmente diferente à qual vivia até então, como por exemplo, tive que, junto à minha família assumir responsabilidades como aplicar doses de insulina diárias, entre 4 e 7 vezes ao dia, mudar a minha alimentação, cortar doces (o que naquela época se fazia necessário), lidar com o medo e o risco de aplicar uma dose errada de insulina e poder vir a ter uma hipoglicemia severa ; e com as mazelas da hiperglicemia, que vêm sempre com uma sensação imediata de desconforto mas que no médio e longo prazo pode trazer muitas complicações sérias de saúde.

Agora pense que após o diagnóstico de tal doença o tratamento prescrito para mim e minha família foram visitas ao endocrinologista a cada alguns meses. Ou seja, uma visita de 45 minutos à 1 hora a cada trimestre ou quadrimestre que “prometia” me dar tudo que precisava para viver uma vida saudável.

Bom, desnecessário dizer, que a promessa não foi cumprida, pois a cada visita ao endocrinologista era só frustração para nós pacientes (família) e para o médico, e falando por mim em especial, só me sentia mais incapaz e inadequada, como se tivesse algo de errado comigo, e assim meu movimento era querer me afastar ainda mais do consultório médico e de qualquer assunto que tivesse a ver com o diabetes.  

Falo isso porquê o diabetes foi tratado como uma condição estritamente física, mas o diabetes, assim como outras condições crônicas, é uma condição psicológica pois traz medos, frustrações, tristezas a tona e esses sentimentos se não forem olhados, não permitirão que a pessoa tenha uma vida saudável; o diabetes é uma condição social, no sentido que afeta relacionamentos familiares, amorosos, e coisas simples do dia a dia, como por exemplo, um jovem evitar medir a glicose na escola por não querer parecer diferente diante dos outros; o diabetes é uma condição espiritual, sim porquê no processo de aceitação da condição se você têm alguma fé e entende que esse evento na sua vida não é por acaso e poderá possivelmente ser uma alavanca de crescimento você se recupera muito mais rápido; esses são alguns entre tantos outros aspectos que permeiam o tratamento do diabetes, e outras condições crônicas, por isso a saúde não pode ser tratada de forma linear porque ela não é linear.

O conceito de saúde integral não é só um conceito “bonito”, ele precisa ser praticado. Eu costumo olhar para a saúde dentro de algumas categorias que chamo de essenciais: Saúde física, Saúde espiritual (autoconhecimento e fé), Saúde emocional, Saúde social (relacionamentos) e Saúde ambiental (seu próprio ambiente, onde vive, onde trabalha etc). Vale aqui acessarmos quais dessas áreas estão “capengas” e quais estão sendo nutridas para construirmos uma vida verdadeiramente saudável no sentido mais amplo da palavra.

Pode parecer complexo se cuidar de forma tão integral nos dias de hoje que não temos tempo, ou acreditamos que não temos tempo para nada, mas a pergunta que sempre faço para um cliente que me procura pois está em desalinhamento interno, sentindo-se sem vitalidade e sem saúde, e ele me coloca a questão da falta de tempo é: “Você não tem tempo, eu entendo, mas você tem tempo para continuar se sentindo assim? “, porque sentir-se dessa forma, tira muita energia das outras coisas.

Eu sei bem que o fator tempo é uma limitante e passo por esse desafio na minha própria vida, mas a verdade é que estamos fazendo escolhas quanto ao nosso tempo a todo instante, por exemplo, Assistir televisão, ou fazer uma caminhada? Checar o facebook só mais uma vez ou fazer aquele exercício de respiração que a gente se propôs para ajudar com a ansiedade? Comer no fast food, ou parar meia hora para almoçar num ambiente mais tranquilo e saudável?

O que precisamos perceber é que a cada escolha estamos construindo nossa saúde, pois a saúde e a felicidade não é algo estático, mas sim fluído, e nesse caminho, cada escolha conta!

Ter diabetes é saber recomeçar todos os dias

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“Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima!” diz a música

Quando se tem diabetes parece que isso é algo que precisamos fazer diariamente se não várias vezes ao dia.

É aquela hiper que nos abate em plena luz do dia nos tirando o foco e energia de nossas responsabilidades diárias, ou aquela hipo que resolve aparecer no meio da madrugada e prejudica nosso sono mesmo a gente tendo que levantar cedo no dia seguinte.

Ter diabetes é ter que lembrar de sempre carregar os insumos aonde quer que a gente vá, fazer a contagem de carboidratos antes da refeição e aplicar a insulina com antecedência para que a glicemia não suba no pós prandial, é lidar com o estresse da prova e do pico da glicemia, tudo junto e ao mesmo tempo, e encontrar o basal temporário ideal que se adeque à uma gripe inesperada ou ao exercício físico e nem se fala a menstruação que apesar de vir todo santo mês, parece que toda vez vem diferente pois afeta a glicemia e o humor de formas que as vezes é difícil prever.

Ou seja, viver com o diabetes é muitas vezes prever o imprevisível e recomeçar constantemente, buscando sempre novas formas de fazer as coisas…. é também perdoar a nós mesmos e nossa humanidade, que vez ou outra, faz com que esqueçamos de seguir todos esses pequenos rituais diários, pois acabamos por nos distrair com alguma coisa qualquer, e assim temos que começar tudo de novo.

Esses momentos vão acontecer, a questão é, nos perdoarmos rapidamente, corrigirmos o que está em questão, e principalmente aprendermos com essas situações. Cobrar-se demais só vai nos fazer sentirmos menos capazes; e isso não ajuda, até porque nós somos capazes, mas também somos humanos.

E haverá outras vezes você fará “tudo certo” e ainda assim seu corpo vai mudar e as estações do ano também e diante disso, os antigos métodos para chegar a determinados resultados já não lhe servirão mais, e aí… mais uma vez, será preciso recomeçar.

O Recomeço pode, às vezes, ser cansativo, é verdade; pois para certas coisas não há um modo automático, e viver exige o aprendizado contínuo e ação no presente. O passado já foi, no máximo podemos aprender com ele. Recomeçar é sempre uma oportunidade, e ela é para os corajosos.

Corajosos porque ficar cansado faz parte mas desistir não. Tem uma frase que diz: “E se cansar, descanse, mas não desista” e eu incluo, reinvente-se e recomece sempre, pois existe em você uma força que te move.

No diabetes e na vida é permitido errar e tentar de novo, é permitido cansar e descansar, é permitido aprender para crescer.  

Permita-se recomeçar quantas vezes forem necessárias e faça novas escolhas para que sua vida tenha qualidade, saúde e que você seja feliz.

Feliz 2018! “Ótimas” glicemias, mas quando não for bem assim, que essas situações nos sirvam de aprendizado e motivo para novos começos, começos ainda melhores!

 

5 dicas para aproveitar as festas de final de ano sem exageros

por Deise Santiago, Nutri e Divabética

natal saudável

O final de ano chega e com ele vêm junto várias festas, confraternizações e aqueles banquetes que só vemos no final do ano!

Sim, somos humanos, e podemos sim desfrutar das delícias à mesa, mas isso não significa exagerar!

Para te ajudar nessa missão eu tenho algumas dicas fundamentais para que as festas de fim de ano sejam doces sem descompensar a glicemia e nem o peso na balança.

#1. Não vá para as festas com fome

A primeira dica para você não comer demais e acabar descompensando a glicemia é: Não vá para essas reuniões com fome porque acabamos comendo mais e muito rápido, sem escolher ou perceber a quantidade de comemos. Um pequeno lanche como uma fruta, iogurte e até mesmo um pão integral com queijo branco podem resolver.

#2. Beba água, muita água

Nós raramente lembramos de tomar água nessas ocasiões, então tente se lembrar!! Coloque um alarme no celular (que não largamos nunca!) para se lembrar de tomar um copo de água por hora. A água te ajuda a sentir-se saciado, pois muitas vezes confundimos sede com fome, e é importante na hidratação do seu corpo.

#3. Evite frituras e opte por opções igualmente gostosas e saudáveis

Evite frituras, rabanada que é um prato típico do Natal é muito gordurosa, mas você já experimentou rabanada de forno? Fica uma delícia e a gordura não aumentará a glicemia 4 horas depois. Além disso evita que o colesterol fique aumentado e também nos mantém no peso. Veja aqui a dica de rabanada saudável. (link: http://meupratosaudavel.com.br/receitas/rabanada-de-forno-light/)

#4. Atente-se aos carboidratos “escondidos”

Sabe aqueles petiscos que a gente come antes da ceia ou durante as festas? Precisamos ter muito cuidado com eles porque nem sempre lembramos de fazer a contagem de carboidrato nesse momento, aí a glicemia já chega nas alturas na hora da ceia. Então melhor comer bem pouco ou dar preferência para opções mais lights, como palitinhos de cenoura e pepino, bruschetas de tomate com manjericão (dá pra usar pão integral torrado e colocar os tomates picadinhos em cima fica uma delícia também), até mesmo carne ou frango cortados em filézinhos e grelhados, assim como acontece nos churrascos, é uma ótima pedida! Essas são opções práticas, que não precisa gastar muito e que a nossa saúde agradece!

#5. Cuidados mínimos para curtir a festa ao máximo

Aproveite a festa, mas não se esqueça de checar a glicemia quando necessário e aplicar a insulina corretamente. Assim, você se sentirá bem e vai aproveitar o momento com muito mais qualidade.

Essas são minhas principais dicas para um final de ano gostoso e sem exageros, mas o mais importante não é o banquete ou as festas, mas sim as pessoas que estão ao nosso lado, que dividem momentos especiais conosco! Aproveite a companhia dessas pessoas, mostre o quanto você se sente grata por tê-las com você e curta o momento!

Deise_divaTexto de Deise Santiago, Nutricionista clínica e esportiva, educadora em diabetes, Divabética há 18 anos. Curta sua página do facebook e acompanhe mais conteúdos como esse por lá 😉