As emoções nos movem. A própria palavra que vem do latim (e-movere) e significa “ato de deslocar, movimentar”, já diz isso.
Ou seja, elas são importantes para a vida, para a realização pessoal e coletiva. São as emoções que nos fazem acordar todos os dias em busca de nossos objetivos; são elas que nos motivam a formar uma família e estabelecer relações.
As emoções estão presentes em cada ato de criação da vida, por isso são tão fundamentais na nossa existência, nos tirando do lugar, nos movimentando em busca da melhoria e do crescimento.
Muitas vezes porém enxergamos as emoções como inimigas ou inadequadas, as que mais comumente rejeitamos são a raiva, o medo, a inveja. Porém, rejeitando ou não, todos as sentimos. Senti-las é o processo e o fluxo natural da vida, mas quando as rotulamos como “boas” ou “más” estamos perdendo contato com elas, ou seja, com o que elas estão querendo nos dizer; pois cada emoção traz uma mensagem por trás, e quando insistimos em não escutá-las, abafá-las e negá-las elas aumentam ainda mais para chamar nossa atenção.
É como uma bola de praia que você coloca embaixo d`água e fica segurando. Para você manter a bola ali embaixo você precisa investir muita energia e atenção. Porém diante da menor distração ou cansaço, ela pula, vindo à tona com toda força.
Da mesma forma são as emoções não sentidas e reprimidas. Elas aparecem de outras formas, uma delas, bastante comum para quem tem diabetes, é através das glicemias descontroladas sem razão ou justificativa.
De repente o controle glicêmico fica mais difícil e como não estamos em contato com nossas emoções demoramos para perceber que isso está relacionado à algo que está nos incomodando; assim vem uma reação física que é como um alerta de que algo em nós precisa de atenção.
Eu pessoalmente tenho, e já tive mais dificuldade de sentir minhas emoções, principalmente as que rotulamos como “negativas”; por isso hoje vejo o diabetes como uma forma de autoconhecimento e de auto percepção, pois quando muitas vezes a glicemia sobe sem causa aparente eu me volto para dentro e me pergunto como estou, e se tem algo que preciso fazer pelo meu bem estar emocional; e muito frequentemente é exatamente isso que eu preciso para restabelecer o equilíbrio da condição, ou seja, uma pausa, voltar à meditação, falar com um amigo ou terapeuta, assistir um vídeo ou uma palestra que toca no tema que estou vivendo.
As emoções sempre têm algo a nos ensinar sobre nós mesmos. Reconhecê-las e acolhê-las é parte fundamental do tratamento do diabetes, é importante na mesma proporção como medir a glicemia e aplicar a insulina. Porém vivemos numa sociedade material e muito concreta, que não nos estimula a olharmos para nossas emoções como fator determinante de nossa saúde, mas é nas sutilezas que você poderá se conhecer e assim atingir um melhor controle e qualidade de vida.
Se você não sabe por onde começar e como dar o primeiro passo em busca de sua saúde emocional, apenas permita-se sentir, sem julgamento, sem condenação. Apenas perceba suas emoções, sinta sua raiva, seu medo, sua inveja, tudo isso faz parte de você mas não é quem você é.
As emoções são o que nos movem. Por exemplo, a raiva, se bem direcionada, pode ser uma grande propulsora de movimento e transformação na vida de uma pessoa. Isso não significa bater boca com todo mundo e se revoltar, muito pelo contrário, significa ter um diálogo interno para escolher como lidar com as emoções sem ser refém delas.
Pare de fugir de suas emoções e de si mesmo. Olhe-se. Aceite-se. A vida é pura ambiguidade, e as emoções também.
Perceber isso e usar isso a seu favor é um passo determinante para um melhor gerenciamento do diabetes e para uma vida mais plena e feliz.
Sim,
O estresse, emoções sobrecarregadas, atribulações do dia a dia e eventos surpresas desagradáveis infelizmente atrapalham o controle glicêmico e muitas vezes precisamos de ajuda profissional para colocarmos os níveis aceitáveis dentro da normalidade.
Possamos por muitos desses episódios e nos descompensam muito.