Sou Fabiana Couto, tenho diabetes tipo 1 desde os 13 anos de idade, e convivo com a condição há mais de 25 anos.
Em 2017 o projeto Divabética começou e hoje já é um Movimento que envolve pessoas com diabetes e seus familiares e apoiadores, através de conteúdos do blog, mídias sociais, eventos e muito mais.
Há quase 10 anos eu comecei meu envolvimento com a causa pela melhoria da qualidade de vida de pessoas com diabetes, algo que foi ganhando espaço em minha vida e meu coração.
Confesso que pode ser desafiador trabalhar em prol de uma causa tão pessoal como o diabetes, que é algo presente em minha vida 24 horas por dia e 7 dias por semana, pois preciso constantemente rever meus limites e na minha capacidade de autoconhecimento e reinvenção, já que eu acredito muito na frase “eu ensino o que preciso aprender” e se estou nessa missão de levar consciência e aceitação às pessoas, eu sou a primeira que precisa viver essa verdade de corpo e alma!
Estes dez anos envolvida com projetos em diabetes me ensinaram muito sobre mim mesma, pois as pessoas que conheci nesse caminho muitas vezes foram espelhos que refletiram as minhas próprias dificuldades e também minha força em superar o dia a dia e a vida com diabetes.
A questão emocional, tão esquecida no processo do tratamento dessa condição, foi meu calcanhar de aquiles, que me levou a um processo interno de autodúvida, auto abandono e não aceitação. Isso dificultou muito minha vida e da minha família, e claro, o tratamento.
Nesses anos eu fiz muita coisa, promovi rodas de conversa e grupos para pais DM1, trabalhei numa ONG com diabéticos tipo 1 e 2 nos Estados Unidos, criei um blog para mães e atuei em alguns projetos com jovens. Mas ainda de forma muito tímida deixava minha voz sair para falar sobre a questão emocional que é na verdade o centro do que eu faço.
Meu propósito é inspirar e empoderar pessoas, em especial jovens e mulheres que sofrem com a pressão interna de atingir padrões muitas vezes inalcançáveis tanto no diabetes quanto na vida, que tem vergonha de ter diabetes, que não medem a glicemia em público ou não usam a bomba de insulina porquê não querem ser diferentes, que comparam seu valor próprio contra “números” constantemente, seja o número no medidor de glicemia, seja o número na balança, ou qualquer número que as faça sentir fora dos padrões, ou que há algo de “errado” com elas. Talvez hoje só consiga falar sobre isso, pois olhei para dentro e me apropriei e honrei minha própria história.
Então é com essas meninas/jovens mulheres que eu quero falar e dizer que nenhum número ou rótulo as definem, pois suas essências e valor são imensuráveis. Para isso, criei o Movimento Divabética, que tem como objetivo reforçar a autoestima e autoconfiança e empoderar essas jovens a amarem-se, aceitarem-se e com isso cuidarem de suas saúdes de forma mais inteira!
Hoje eu faço essa escolha de falar com vocês e para vocês pois chegou a hora de deixarmos para trás qualquer bagagem pesada que carregamos até aqui para sermos mais leves, mais felizes, e honrarmos as DIVAS que existem dentro de cada uma de nós; vivendo assim as nossas vidas com diabetes sem deixar que o diabetes viva nossas vidas! Aguardo vocês na página, no blog e na vida por aí a fora